Olá, tudo bem?
Piscamos e estamos em dezembro, o mês (quase) interminável. A boa notícia é que já temos alguns planos em desenvolvimento para 2024. Por agora, vamos falar de um tema que parece ter pouco a ver diretamente com literatura, mas que traz uma leveza necessária ao período de recesso que encerra um ano muito difícil: gatos. :)
O escritor estadunidense Ernest Hemingway foi uma das nossas companhias no último curso de 2023, À meia-noite, Paris é uma festa, que eu, Roberta, ministrei juntamente com a professora Marcela Lanius. No livro Paris é uma festa (publicado postumamente em 1964), que trata dos anos em que o autor viveu na capital francesa durante a década de 1920, Hemingway fala do gentil F. Puss, o gato que ele e a primeira esposa, Hadley Richardson, adotaram, e que fazia as vezes de babá para Jack, filho único do casal. Os gatos estão muito presentes na obra e na vida do escritor: durante o período em que morou na ilha de Key West, nos Estados Unidos, Hemingway teve uma gata que ficaria quase tão famosa quanto F. Puss. Snow White, portadora de polidactilia (nome dado à condição que leva os gatos a terem seis em vez de cinco dedos nas patas da frente), deixou muitos descendentes, gatinhos polidáctilos que ainda vivem na casa situada na Flórida, e que foi o lar de Hemingway, da segunda esposa, a jornalista Pauline Pfeiffer, e dos dois filhos do casal, Patrick e Gloria, de 1931 a 1939.
Foi a terceira esposa de Hemingway, a escritora, jornalista e correspondente de guerra estadunidense Martha Gellhorn, que primeiramente se apaixonou por Finca Vigía, um sítio distante 10 quilômetros do centro da capital de Cuba. Pouco tempo depois de seu casamento, em 1940, o casal comprou a propriedade, que tinha, além de uma vegetação bastante abundante, uma piscina e uma quadra de tênis. Eles alimentavam os gatos selvagens que viviam lá muito antes de sua chegada, atraídos pelos ratos que apareciam para comer os frutos das mangueiras espalhadas pelo terreno, e também levavam comida para os cachorros de rua que se multiplicavam rapidamente em Havana. Durante o período em que Martha Gellhorn viajou mais intensamente a trabalho para a Europa, Hemingway passou a trazer para o sítio outros gatinhos, adotados ou comprados, que eram autorizados a circular dentro da casa. Após o divórcio do casal e o casamento do escritor com sua quarta e última esposa, Mary Welsh, também jornalista, correspondente de guerra, escritora e fotógrafa, alguns cachorros se juntaram aos numerosos gatos de Finca Vigía. Entre os animais de estimação que viveram no sítio cubano estão a cachorrinha Negrita (que aparece ao lado de Hemingway na primeira foto) e os gatos Boise (sozinho com Mary), Friendless (no colo do escritor), Friendless’ Brother e Willy (em cima da estante de livros), Cristóbal (provando uma bebida e comendo milho da espiga) e Good Will (sentado na poltrona).
São vários e várias as escritoras e leitoras que têm gatos. Diferentes bichanos, inclusive, já participaram das aulas da Literária. Napoleão, um dos três gatos da professora Marcela, é nosso aluno regular, e normalmente fazem aparições nas telas gatinhos e gatinhas que vivem com nossas alunas e alunos em outras cidades, estados e até países. Eu, infelizmente, sou MUITO alérgica a gatos, então acabo me contentando com essas participações bem-vindas e alguns encontros presenciais esporádicos com gatos de amigos e outros mais erráticos, que zanzam livremente por aí. Em 2024, espero ter a oportunidade de conhecer novos felinos durante as nossas atividades (e pode ser que o Hemingway apareça novamente em uma delas também).
Além de agradecer às alunas que nos oferecem - acidentalmente ou intencionalmente - a companhia de seus bichinhos durante as aulas, eu gostaria de aproveitar este último informe do ano para agradecer a todo mundo que esteve conosco em 2023, seja fazendo nossos cursos, seja divulgando, indicando e acompanhando o nosso trabalho ou conversando comigo pelo perfil do Instagram. Faço um agradecimento especial e afetuoso às professoras que fizeram a Literária existir por mais esse período junto comigo: Carol Casati, que pode ser lida e encontrada em todo o Brasil e fora dele; Tatianne Dantas, cujos trabalhos incomparáveis sobre Elena Ferrante são, sem dúvida, referência em português brasileiro; Débora Tavares, a incrível dona e proprietária da Livre Literatura, que está com cursos de férias disponíveis para inscrição; Manu Siqueira, tradutora e crítica literária maravilhosa que me inspira diariamente, e Marcela Lanius, a melhor amiga e companheira de Literária à qual o casal Fitzgerald poderia ter me apresentado.
Por último, mas não menos importante, gostaria de agradecer à editora Bazar do Tempo, que nos convidou para uma parceria muito bem-sucedida e divertida que incluiu a participação de Claudia Lamego, Julia Romão e Marcela Lanius, e à querida Luisa Manske, que escreveu uma edição da newsletter deliciosa dela, a Andanças, em diálogo com uma das aulas do nosso curso À meia-noite, Paris é uma festa. Indico demais a leitura.
Abraços calorosos e até o ano que vem,
Roberta
Tenho uma cadelinha, Hannah, que assiste todas as aulas comigo 🐶 esperamos assistir muitas aulas da Literária em 2024. Boas festas 🎄